"Quando o navio petroleiro Exxon Valdez naufragou nas costas do Alasca, foi necessário contratar inúmeras empresas para limpar as costas, o que elevou fortemente o PIB da região. Como pode a destruição ambiental aumentar o PIB? Simplesmente porque o PIB calcula o volume de actividades económicas, e não se são úteis ou nocivas. O PIB mede o fluxo dos meios, não o alcance dos fins.
(...) A diferença entre os meios e os fins na contabilidade aparece claramente nas opções de saúde. A Pastoral da Criança, por exemplo, desenvolve um amplo programa de saúde preventiva, atingindo milhões de crianças até 6 anos de idade através de uma rede de cerca de 450 mil voluntárias. São responsáveis, nas regiões onde trabalham, por 50% da redução da mortalidade infantil, e 80% da redução das hospitalizações. Com isto, menos crianças ficam doentes, o que significa que se consome menos medicamentos, que se usa menos serviços hospitalares, e que as famílias vivem mais felizes. Mas o resultado do ponto de vista das contas económicas é completamente diferente: ao cair o consumo de medicamentos, o uso de ambulâncias, de hospitais e de horas de médicos, reduz-se também o PIB. Mas o objectivo é aumentar o PIB ou melhorar a saúde (e o bem-estar) das famílias?"
(L. Dowbor, cit. por Joana Rigato na XXVI Semana Nacional de Pastoral Social)
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
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