A revista "Hospitalidade", de Abril deste ano, traz uma pequeno artigo de Ana Paula Silva e Paulo Castro Seixas sobre a "funcionalidade" plural, como o "novo paradigma da Inclusão". O contexto em que se insere é o da deficiência.
Vamos tentar explicar,por palavras nossas, o que é este novo paradima.
Vamos considerar que há dois modos de olhar para as pessoas ditas "deficientes": ou centrarmos o nosso olhar naquilo que as limita, ou centrarmos o nosso olhar naquilo que as torna iguais a nós.
Dizem os autores que durante as décadas de 80 e 90 centrámos o nosso olhar naquilo que as limita, o que, pesem alguns benefícios de atenção, continuou a ser estigmatizante, e logo excludente. O novo paradigma pretende centrar a sua atenção na pessoa e nas suas circunstâncias de vida. Assim, todos somos pessoas e todos temos circunstâncias sociais e pessoais que nos permitem funcionar uns com os outros, de um modo que não é igual para todos, mas que é plural. No limite, todos temos deficiências, que são diferentes de uns para outros, e todos temos funcionalidades, que também são diferentes de uns para outros. Por exemplo, todos temos alguma "deficiência" física: os corpos perfeitos são uma utopia!
O outro é igual a mim! Pode ter limitações à autonomia diferentes das minhas, mas todos temos algum tipo de limitação à autonomia; pode ter funcionalidades diferentes das minhas, mas é pessoa como eu.
Na mudança para este novo paradigma, o maior trabalho a fazer parece ser ao nível cultural: passar de uma visão nós-outros (diferentes de nós) a uma visão nós (todos iguais e todos diferentes, ou melhor dito, todos com funcionalidades diferenciadas).
sexta-feira, 16 de julho de 2010
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